Geral - Estilo de Vida

Importância das relações sociais segundo a ciência

Numa das publicações anteriores falo sobre amor-próprio e compaixão própria, da sua importância e de como podemos praticar. O primeiro passo para a felicidade é sem dúvida começar a gostar de nós próprios, mas, como somos uma espécie que evoluiu em comunidade, seria imprescindível falar da importância das relações sociais e de amizade. 

Quantos de nós já reclamaram de algo que não gostamos? Quantos de nós já elogiamos algum produto ou serviço?

Será que reclamamos mais do que elogiamos?

Um estudo nos EUA, American Express Survey, concluiu que em média uma pessoa satisfeita com um produto ou serviço vai partilhar com 9 pessoas e uma pessoa insatisfeita partilha com 16 pessoas.

“On average, an individual will tell 9 people about good experiences, and 16 people about poor ones.” – American Express Survey

Relações sociais com estranhos

Este estudo concluiu que as pessoas com memórias e comportamentos de atos de bondade são mais felizes. Concluiu também que, só de pensar em atos de bondade que tenhas feito no passado, faz com que se fique mais feliz.

“Thus, our results suggest that happy people are more kind in the first place and that they can become even happier, kinder and more grateful following a simple intervention.”

Este estudo fez uma experiência engraçada onde deram $5 ou $20 a pessoas, onde este teria que ser gasto num presente para elas mesmas ou como presente para outra pessoa. O expectável era que as pessoas ficassem mais felizes com os $20 em vez dos $5 e que ficassem mais felizes a gastar em algo para elas mesmas. O resultado divergiu disto e, concluiu que as pessoas ficaram mais feliz quando gastaram o dinheiro para um presente e, não ficaram mais felizes por ser $20 comparativamente aos $5.

“… participants who were randomly assigned to spend money on others experienced greater happiness than those assigned to spend money on themselves.”

Este estudo, visou confirmar o estudo anterior, mas agora com um grupo de pessoas cujos $5 ou $20 seriam muito dinheiro. Por exemplo, em Uganda as pessoas continuaram a ficar mais felizes quando gastaram o dinheiro para outras pessoas.

Agora uma história pessoal, a foto inicial desta publicação foi tirada em 2019 no aeroporto de Bruxelas, estava eu, sozinha, em viagem de trabalho. Fui à Starbucks buscar um café, lá por norma perguntam-te o nome para que te possam chamar quando estiver pronto (quando estou no estrangeiro digo sempre “Maria” que é o meu segundo nome por ser mais fácil de pronunciar). Quando recebi o meu café, tinha esta mensagem no copo a desejar um bom dia. Até poderia ser que o empregado estivesse a escrever aquilo para imensas pessoas, mas, independentemente disso, fiquei logo com um sorriso na cara. O que poderia parecer um gesto tão simples como “Desejar um bom dia”, deixou logo o meu dia mais feliz.

Como pôr em prática:

Não tenhas medo de dizer que gostas de algo. Por constrangedor que possa parecer, tanto tu, como a pessoa que receberá o elogio vão ficar mais contentes.

 

Pratica atos de bondade, não digo apenas dar dinheiro a caridade, mas partilhar nas redes sociais um produto que acreditas ser bom, dizer que gostaste de determinado produto ou serviço, oferecer uma lembrança inesperada a alguém.

Relações de amizade

Um dos estudos mais longos da história é o Harvard Study of Adult Development, que se iniciou há mais de 80 anos começando com 724 meninos, e os acompanharam ao longo de toda a sua vida. Este estudo ainda continua a decorrer, indo agora na segunda geração. Há 3 grandes conclusões que se retiraram do estudo até agora:

  1. Relações sociais são boas para nós
  2. Não é apenas a quantidade de amizades, mas também a qualidade.
  3. Boas relações não protegem apenas o corpo, mas também os nossos cérebros.

Aqui, podem ver Robert Waldinger, que era o diretor do estudo em 2016 a falar sobre as conclusões deste estudo.

Já vos aconteceu julgarem que sempre que passam por um mau bocado, o único sítio onde não têm pensamentos negativos ser quando estão com amigos? Pois, a mim já, se na adolescência sempre que me chateava com o meu namorado, ouvia músicas românticas daquelas mesmo tristes, passado uns anos passei a ser mais inteligente e comecei a estar com amigos. Mesmo que não seja para falar sobre o problema, estes, quando bons amigos, conseguem sempre fazer-te sentir melhor. Porque não fomentar as boas amizades sempre, e não apenas quando temos problemas?

Vários estudos mostram a felicidade de manter boas relações sociais.

Por exemplo, este estudo, que analisou a relação das relações e de doenças concluiu que pessoas com relações pessoais próximas são:

  • Menos vulneráveis de mortes prematuras
  • Mais provável de sobreviver a doenças fatais
  • Menos provável de padecerem em situações de stress.

Um estudo de Epley e Schroeder, onde mediram a felicidade de pessoas que tinham que falar com um estranho no autocarro e, depois, mediram também a felicidade na pessoa com quem esta falou. O estudo concluiu que ambas estavam mais felizes quando comparado com o grupo que não falou com ninguém.

Nas férias de verão de 2014 fui para Barcelona com o meu namorado. Ele tinha que trabalhar durante o dia, o que fazia com que os meus passeios para conhecer a cidade fossem feitos sozinha. Eu na altura dizia gostar de estar sozinha e que, não tinha problema nenhum em o fazer, o que era verdade. No dia em que fui visitar o Parque Güell, estava sozinha como todos os meus últimos dias de passeio e um grupo aleatório de pessoas veio à minha beira e perguntou se estava sozinha, ao qual eu respondi que sim, e depois perguntou-me se gostava de visitar o parque com eles, ao qual eu também respondi que sim. O que poderia parecer algo constrangedor inicialmente, tornou-se numa tarde manhã e início de tarde agradável. Conheci um grupo de pessoas de vários países diferentes da Europa e hoje, passado mais de 6 anos, é algo que ainda me faz sorrir.

Por último, este estudo, analisou como as pessoas avaliam uma experiência quando partilhada ou não com alguém. Os pesquisadores pediram a um grupo de pessoas num museu de arte para comer um chocolate enquanto outra estivesse também a comer chocolate ou para comerem quando a outra pessoa estivesse simplesmente a apreciar os quadros. Quando ambos comeram ao mesmo tempo o chocolate, mesmo as pessoas não se conhecendo, a perceção do sabor e o gostar do chocolate foi maior.

Ver as pessoas à nossa volta a praticarem atos de bondade é contagiante, chama-se a isto elevação moral. Esta é definida como a resposta emocional de ver atos de bondade feitos pelos outros.

Moral elevation is the emotional response to witnessing virtuous acts of others (Algoe and Haidt, 2009).

Witnessing and interacting with excellent individuals can create opportunities for enrichment of the self and society. Inspiring leaders, caring benefactors, and selfless saints do more than draw praise from emotionally-responsive witnesses; these exemplary others inspire people to improve themselves, their behavior, and their relationships.

Não seria bom que o mundo todo fosse um bocado mais bondoso?

Como pôr em prática:

Estima as tuas amizades, não esperes que os outros marquem um encontro, liguem ou mandem uma mensagem. A relação de amizade precisa de ser fomentada pelas duas pessoas.

Aprende a ouvir. Não pegues no telemóvel quando estás com os teus amigos, família ou parceiro.

“You can make more friends in two months by becoming interested in other people than you can in two years by trying to get other people interested in you.” Dale Carnegie, How to Win Friends and Influence People

Recebe já este resumo do porquê e como podes manter as relações sociais.

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Vamo-nos tornar SUPER juntos! 

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One Comment

  • Livia

    Um dos motivos pelos quais eu gosto de fazer passeios sozinha é esse. Muitas vezes tenho conversas super produtivas e conheço pessoas fantásticas, algo que, provavelmente, se eu estivesse com um grupo de amigos nao aconteceria. PS: Também passeei por Barcelona sozinha, pelo mesmo motivo 🙂

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